Com a explosão da cultura fast food e de alimentos industrializados, nascida nos anos 70 e difundida mundialmente nos anos 80, muita coisa foi perdida, quer seja em termos gastronômicos ou em termos nutricionais.
De alguns poucos anos para cá, observa-se com uma frequência maior o retorno ao hábito do consumo de alimentos naturais, com utilização de ingredientes frescos e com participação ativa de todo o processo pelas pessoas, desde a procura por ingredientes ao modo de preparo.
E os grupos com restrições alimentares apenas se beneficiaram com o boom da alimentação natural e orgânica. Os alimentos veganos ficaram mais acessíveis e receitas são compartilhadas pela rede. Antes pouco conhecida, a intolerância ao glúten é desmitificada. Vamos conhecer um pouco mais sobre a sensibilidade ao glúten.
Definição
Conhecida cientificamente como doença celíaca (DA), a intolerância impede a absorção do glúten pelo sistema digestivo. Indivíduos que possuem sensibilidade nascem com uma predisposição genética para um distúrbio inflamatório no intestino delgado.
De maneira mais simples, o intestino delgado não consegue digerir o glúten e isso causa inflamação e desconforto em pessoas predispostas a desenvolver a doença.
O glúten é encontrado em grãos e cereais como a cevada, trigo, malte e o centeio. Dentre os profissionais da área da saúde, algo é unânime em relação à intolerância ao glúten: seu diagnóstico pode não ser simples.
Antigamente a doença era identificada em sua maioria, em crianças. Com o surgimento de testes sorológicos e maior atenção por parte dos médicos aos sintomas, cada vez mais, adultos tem sido diagnosticados.
Sintomas
Os pacientes podem apresentar osteoporose precoce, diarreia crônica, flatulência, deficiência de ácido fólico e proteínas lipossolúveis, distensão abdominal (inchaço) e hipoglicemia. De 10% a 20% dos portadores apresentam problemas na pele.
A maior dificuldade se dá com as pessoas assintomáticas, elas podem apresentar poucos e incomuns sintomas: anemia por deficiência de ferro, osteoporose ou osteopenia, infertilidade e até baixa estatura.
Além disso, a doença pode vir associada a diabetes tipo I, Síndrome de Sjogren, depressão, autismo, epilepsia, hepatite autoimune, puberdade tardia, síndrome de Turner, cirrose e Síndrome de Down.
Classificação
Muitos pacientes que relataram mal estar associado ao glúten não possuíam DA. Dessa maneira, há hoje em dia três classificações para condições associadas ao glúten:
– Alergia ao trigo: pode se manifestar por meio de sintomas respiratórios, alergia alimentar ou urticária de contato.
– Sensibilidade ao glúten não celíaca: os sintomas vão desde problemas intestinais e extraintestinais, tais como dor nos músculos e esqueleto, dores de cabeça e erupções cutâneas.
– Doença celíaca: acontece atrofia das vilosidades intestinais – por consequência má absorção dos nutrientes e os sintomas citados anteriormente.
Tratamento
A principal forma de tratamento é uma dieta livre de glúten. É possível substituir o trigo, aveia e a cevada por milho e seus derivados (amido, fubá, etc.), farinha de arroz, derivados da batata, da mandioca, dentre outros.
Desde 1992, uma lei federal obriga os fabricantes a identificarem em suas embalagens se o alimento contém ou não glúten.
O não tratamento pode implicar em desenvolvimento de anemia, infertilidade, osteoporose e câncer de intestino. Por isso, é muito importante consultar um médico especialista e, se constatada a doença, contar com as orientações de um nutricionista para fazer uma reeducação alimentar.
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Muy bien explicado.